Incumbent significa encarregado, ou a pessoa que está no comando. Na política, estudos mostram que este efeito na hora do voto é bastante significativo, o que determina que uma vez eleito, qualquer político possui vantagens para as próximas eleições. Perceba que desde a aprovação da reeleição todos os presidentes foram reeleitos. Entre governadores e prefeitos essa taxa é de 60%. Entre deputados federais, estaduais e senadores essa taxa é de...
A reforma política pretende perguntar ao povo se financiamento de campanha deve se dar com apenas dinheiro público; apenas dinheiro privado; os dois; e também perguntar se, apenas pessoas físicas poderão doar dinheiro para campanha, ou as empresas também poderão continuar a doar.
A opção que mais me agrada é a de que o dinheiro tem que ser privado, e apenas pessoas físicas poderão doar, sendo a doação máxima de 700 reais por pessoa. Dinheiro público em campanha política acho ultrajante. Apesar do interesse público em uma eleição, cada político defende seus interesses e seus eleitores, sendo assim, não concordo que toda a sociedade deva financiar campanha. Além disso, com dinheiro público envolvido, aqueles políticos que já estiverem no poder, terão acesso mais fácil ao fundo partidário. O que na prática aumentaria ainda mais o efeito incumbent.
O gráfico abaixo foi retirado do artigo de Corrales, Javier. 2012:
O gráfico mostra a vantagem dos votos entre os políticos incumbent e novatos em cada país da América Latina em comparação com os EUA. A média brasileira é de 20% aproximadamente. Segundo o autor:
Os incumbents na América Latina estão sendo reeleitos com freqüência e por larga margem. Ganharam todas as eleições em que foram autorizados a participar, com exceção de Daniel Ortega, na Nicarágua, em 1990, e Hipólito Mejía, na República Dominicana, em 2004. Com a terceira reeleição de Hugo Chávez em outubro de 2012, a América Latina tem agora um registro de 16 vitórias dos incumbents em 18 eleições. Este registro faz da "incumbência" a variável que melhor prediz os resultados eleitorais na América Latina. E em fevereiro de 2013, com a aperentemente inevitável re-eleição de Rafael Correa no Equador, o registro vai ficar mais forte.
Sendo assim, e na certeza da veracidade das palavras de Lord Acton, "o poder tende a corromper e o poder absoluto corrompe absolutamente", minha inclinação é pelo rodízio de poder. A melhor opção, então, será a de se utilizar apenas dinheiro privado oriundo de doações exclusivas de pessoas físicas até 700 reais. Reduzindo-se o poder econômico, e tendendo a deixar a eleição menos viesada em direção de quem detém o poder.
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