Os argentinos hoje enfrentam um processo de dolarização de sua economia, algo que já foi feito no passado. O país do tango já aceitou como segundo meio de pagamento do dólar antes da crise de 2002, para conter a inflação via desindexação, uma espécie de medida que o Brasil já tomou, mas de forma mais inteligente com a URV, que era atrelada ao dólar.
Acontece, que a dolarização da economia argentina faz com que a oferta de dólar do cone sul diminua, e com isso, iremos observar, enquanto esse período não melhorar, um aumento do dólar frente ao peso argentino, e também às outras moedas do Mercosul, porém em caráter mais lento, mas contínuo também.
Isso se deve ao seguinte problema, se o dólar está valorizado na Argentina, e desvalorizado no Brasil, um argentino racional, visita o Brasil, compra seus reais, depois converte em dólar e retorna para a Argentina com seu capital dobrado, se o fizer hoje. Veja só:
1)a cotação dólar/peso no paralelo argentino é de: 10 para 1.
2)a cotação dólar/real no paralelo brasileiro é de: 2.2 para 1.
3)a cotação peso/real no paralelo brasileiro é de: 04. para 1.
Fazendo uma conta simples chegamos que o arbitrador argentino desembolsará 5.5 pesos por dólar no Brasil, e quando retornar a argentina terá uma valorização de seus dólares da ordem de 100%... que baita negócio.
Portanto, não se assustem se perceberem um aumento do sotaque castelhano nas cidades de fronteira com o Brasil. Além disso, se nenhuma medida for feita e rápida, iremos observar um célere aumento da cotação dólar/real, e iremos subsidiar a inflação argentina. E venhamos e convenhamos, gostamos dos argentinos, mas nossa economia não está em posição de ajudar ninguém....
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